Sindicatos filiados à Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e à Central Única dos Trabalhadores
(CUT) de Itabuna realizaram uma série de manifestações nesta sexta-feira (29),
para marcar o Dia Nacional de Paralisação e Manifestações. Os dirigentes
sindicais manifestaram toda sua indignação em relação à pauta regressiva que
tramita no Congresso Nacional, imposta por Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e sua
gangue.
Logo cedo, por volta de 4 da
madrugada, diretores do Sindicato dos Têxteis e Calçadistas (Sintratec),
juntamente com a CTB, realizaram manifestação nas fábricas da Penalty e Trifil.
Em seguida, os manifestantes seguiram para a ADEI (Administração dos Estádios
de Itabuna) e CODETI (Central Operacional de Transporte), órgãos da Prefeitura
Municipal de Itabuna, onde fizeram discursos chamando os trabalhadores a se
mobilizarem contra o projeto de terceirização aprovado pela Câmara dos
Deputados e pela revogação das MPs 664 e 665
Os protestos foram encerrados com
uma grande manifestação no centro de Itabuna. Os trabalhadores fizeram
barreiras humanas, bloqueando o acesso à ponte que liga os quatro pontos da
cidade, com o objetivo de chamar atenção da sociedade para os perigos da pauta
regressiva. O ato teve duração de duas horas. Impedidos de trafegar, os
motoristas dos ônibus desceram dos veículos e se juntaram aos manifestantes.
Vale destacar que o Sindicato dos Rodoviários é filiado à Força Sindical, que apoia
o projeto de terceirização, e não participou das manifestações das centrais em
Itabuna. Os bancos aderiram à paralisação e só retornaram as atividades às 13
horas.
Para Gilson Costa, presidente do
Sindicato dos Comerciários de Itabuna, a manifestação foi apenas uma amostra do
que os trabalhadores estão dispostos a fazer, caso a terceirização sem limites
se concretize. “Vamos parar este país. Nós, trabalhadores, somos a mola
propulsora de toda esta engrenagem e não vamos aceitar retrocesso”, prometeu.
Em seu discurso, o dirigente do
Sintesi, João Batista, pediu que a presidenta Dilma vetasse o projeto de
terceirização. “A agenda econômica que está sendo adotada é aquela do candidato
que nós derrotamos nas urnas. Não podemos esquecer de pedir que a presidenta
Dilma vete o projeto que libera a terceirização e governe para os
trabalhadores”, conclamou o sindicalista.
Leandro Cerqueira,
vice-presidente do Sintratec, comparou a terceirização sem limites com o
sistema escravocrata. “O trabalhador terceirizado tem o salário menor e é mais
vitimado por doenças ocupacionais que o contratado”, apontou. Parafraseando um
famoso filme de ação, Leandro decretou: “O Brasil precisa avançar, retroceder
jamais!”.
A presidenta do Sindserv, Wilmaci
Oliveria, conclamou a unidade dos trabalhadores contra o que ela chama de
pacote de maldades, afirmando que os trabalhadores não podem pagar pela crise
financeira que o país atravessa. “Não podemos para pagar uma crise que não foi
por nós criada. Que se taxe as grandes fortunas! Já sofremos demais com tantos
impostos e a exorbitante taxa de juros”, protestou a dirigente.